A Inteligência no Processo de Tomada de Decisão

O processo de tomada de decisão deve estar embasada em informações, mas informações analisadas. Estudos nos Estados Unidos e Europa demonstram que a busca pela excelência, pela melhoria de desempenho e de posicionamento em seu contexto sócio-produtivo tem concorrido para a crescente utilização de sistemas de informação que apoiem a tomada de decisão e assegurem a redução do tempo de resposta frente às exigências do ambiente externo.

Possuir grande quantidade de informações e ou dados não é mais suficiente. A facilidade de acesso hoje é muito grande, colocando ao alcance de todos uma gama enorme de informações.

O diferencial é selecionar e analisar essa profusão de informações, encontrando fatos de real importância.

As empresas possuem um enfoque só no mercado, só em seus clientes e se esquecem de ela deve ser, simultaneamente, orientada também para a CONCORRÊNCIA. A atenção focada apenas no cliente leva a surpresas e perda de mercado, devido ao aparecimento de novas tecnologias ou de uma empresa que inesperadamente entra no mercado. Isto demonstrou a necessidade de criar nas empresas brasileiras a cultura do competitor oriented, ao lado do customer oriented.

Inteligência Competitiva

É um campo recente, pouco conhecido pelos executivos brasileiros. Os sistemas de inteligência competitiva têm por objetivo prover as empresas de programa sistemático de coleta e análise da informação dos concorrentes e as tendências gerais dos negócios, com o objetivo de ajudar a atingir suas metas.

A inteligência competitiva no Brasil ainda está impregnada de carga negativa, ligada aos sistemas de patrulhamento e espionagem e a práticas anti – éticas de espionagem empresarial.

Segundo o Aurélio, inteligência é a facilidade de aprender e interpretar. Competitividade é a busca de uma posição competitiva, de estar entre os melhores. Um sistema de inteligência competitiva é um sistema em que a empresa trabalha com a informação, coletando, tratando, analisando e disseminando informações voltadas para o monitoramento das atividades dos concorrentes, tecnologias e tendências gerais dos negócios. Tudo isso ligado à tomada da decisão. É um forte instrumento de apoio ao planejamento, pois está atrelado a prospecção e visão de futuro.

Por esta razão a Inteligência Competitiva não é uma função e sim um processo, visando fornecer aos gestores suporte na tomada de decisão.

A inteligência competitiva constitui então uma coleta ética e o uso da informação pública e publicada disponível sobre tendências, eventos e atores fora das fronteiras da empresa. É um método para identificar as necessidades de informação da empresa, coletar sistematicamente a informação relevante, em seguida processá-la, transformando-a em elemento para tomada de decisão. Ou seja o produto final da IC é a informação analisada.

A Inteligência Competitiva está lincada, hoje, em software para ajudar o analista de IC em cruzar as informações coletadas.

A Inteligência Competitiva, por ser legal e ética, há necessidade de proteger informações competitivas valiosas, tais como: lançamento de novos produtos, mudanças na estratégia de preços, fusões e aquisições, novos processos de fabricação entre outros.

A Segurança e a Proteção das Informações

A pergunta da alta gestão, para a segurança hoje, nas empresas, é: ” Se nós não estamos conseguindo obter informações sobre nossos concorrentes, como é que vamos proteger nossa atual vantagem sobre eles?”

A resposta seria que o antigo entendimento sobre a área da segurança, que dá ênfase a questões criminais e/ou não éticas, não é eficaz em gerar medidas de proteção e mais ainda MEDIDAS DE CONTRA – INTELIGÊNCIA, visando impedir as atividades de busca e coleta de informes. E isto não surpreende, pois a segurança como a conhecemos está focada em ameaças, riscos , métodos e agentes completamente diferentes do que está acostumada a lidar.

Hoje com esse novo enfoque cabe a segurança, integrado com o departamento de marketing da empresa, planejar medidas de contra – inteligência competitiva, já que a busca e a coleta por meios legais é quase que impossível impedir sua realização. Os especialistas em IC afirmam que 80% das informações encontram-se em domínio público.

Segundo o Jerry Miller, professor da cadeira de Competitive Intelligence da Simons College, o risco de não Ter uma área de IC nas empresas é o mesmo de viajar em um avião sem radar. Segundo Jerry a adoção de uma área de IC segue um modelo simples:

  • Identificar áreas chaves de tomada de decisão;
  • Coletar permanentemente informações ligadas a essas áreas;
  • Analisar essas informações;
  • Dar um feed-back para os decision makers.

A Segurança e a Inteligência Competitiva

Surge então mais um campo para nós, profissionais de segurança em trabalhar integrados com todos os departamentos estratégicos da empresa. Cabe aos profissionais de segurança se adaptarem aos novos desafios, implantando alternativas pró ativas, ao invés de reativas, para lidar com o extremamente mutável meio ambiente dos negócios.

O departamento de marketing não pode mais depender de pesquisas convencionais. Ele necessita de monitorar o mercado e as forças influentes do mercado: fornecedores, clientes, novos entrantes e possíveis produtos substitutos. A palavra de ordem hoje é não mais pesquisar mas sim monitorar.

A implantação de sistemas de IC no Brasil passa, necessariamente ainda por uma formação de massa crítica de profissionais com capacidade para absorver os conhecimentos e disseminá-los em larga escala.

A coleta da informação na IC significa para nós da área da segurança, pesquisar tudo a respeito do mercado, clientes e concorrentes. Mais de 90% das informações encontram-se em fontes públicas, de acesso irrestrito.

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